| 08/09/2008 14h49min
A vitória diante do Chile, fora de casa, trouxe novo ânimo à Seleção e aos torcedores brasileiros, mas Dunga não quer que isto seja confundido com soberba, diante de um adversário teoricamente fraco. Nesta quarta-feira, o Brasil enfrentará a Bolívia, lanterna das Eliminatórias, que conseguiu apenas quatro pontos em sete partidas.
— Primeiro, não vamos utilizar esta palavra, "lanterna". Eles trabalham e estão numa situação difícil e temos de respeitá-los. Será preciso ter muita paciência porque a torcida vai querer cobrar um futebol vistoso e cheio de gols, mas o importante é resolver a partida no momento certo. Para vencer a Bolívia, teremos de ter humildade e respeito pelas pessoas que estão trabalhando do outro lado — analisou.
Mesmo assim, Dunga aproveitou para responder às várias críticas que recebeu nas últimas semanas e justificar a queda de rendimento do Brasil no final do primeiro semestre deste ano, quando perdeu para um amistoso para a Venezuela, o jogo
diante do Paraguai, pelas
Eliminatórias, além do empate sem gols contra a rival Argentina, em Belo Horizonte.
— Estávamos no caminho certo. Sempre tive convicção naquilo que estávamos fazendo. Tivemos problemas naqueles jogos porque os jogadores estavam de férias, fora de ritmo — disse o técnico.
Ao ser indagado se as críticas da imprensa brasileira e até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva motivaram o time, Dunga garantiu que a razão da vitória sobre o Chile foi apenas o trabalho realizado na Granja Comary.
— Nós utilizamos o nosso trabalho da semana e o que o Chile havia falado, faltando com respeito para com o Brasil. Se crítica resolvesse, o Brasil nunca perderia. A única frase que usei foi de um jornal chileno, mas o que contou mesmo foi o nosso trabalho.
A atuação de Ronaldinho rendeu elogios ao meia-atacante do Milan. Para o técnico Dunga, o jogador portou-se bem dentro e fora de campo em Santiago.
— Ele não está abaixo das
expectativas. Ele demonstrou a maturidade que se quer na
Seleção Brasileira, em um momento difícil da Seleção. Ele teve de sair por causa da expulsão, e mesmo chateado ficou no banco torcendo pela equipe. E é esse espírito que precisa ter na Seleção — disse Dunga, que atribuiu única e exclusivamente ao cartão vermelho do lateral-esquerdo Kleber a decisão de tirar o camisa 10 da partida.
Dunga minimizou o pênalti perdido por Ronaldinho ainda no primeiro tempo, quando o placar mostrava 1 a 0 para os brasileiros, e previu evolução no desempenho do meia-atacante.
— Ele vai crescer a cada dia e vai voltar a ser o jogador que já foi.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de barrar o camisa 10 quando Kaká voltar à equipe, se irritou.
— Acho que meu português não é claro. Quando substituí o Ronaldinho, foi porque o Kléber foi expulso, mas ele estava bem, fazendo o trabalho que era para ser feito.